Não me escreva.


Te escrevo para pedir que não me escreva mais. Não me escreva, não me ligue e, por favor, não me procure mais. Eu já não existo no seu mundo.  Já não te escuto quando chama nas suas noites solitárias e escuras nas quais eu costumava ser a única idiota a te socorrer. Sim, a única. Mas, graças a você, acordei do sonho bobo e mentiroso no qual vivi por tanto tempo.
Tão criança, tão ingênua. Sempre acreditando que era alguém no seu mundo.
Garota iludida.
Sempre me preocupando, te cuidando como se fosse um pobre menino indefeso. Aliás, de indefeso nunca teve nada. Indefesas são todas essas tontas que passam pelos seus dias, suas mesas de bar, que deitam na sua cama esperando algo mais que "até logo" na manhã seguinte. Reparou que eu não tenho estado entre essas garotas? Parece que sim.
Quanto tempo demorou para notar que eu não estava mais lá? Um dia? Uma semana? Não, aposto que foi mais. Percebeu que eu não apareceria por aquela porta e me jogaria nos seus braços naquela primeira manhã em que eu já não estava ao seu lado quando acordou? Com certeza não. É egoísta demais pra notar que eu não era a mesma naquela última noite.
Pois bem, naquela manhã não saí só da sua cama. Saí da sua vida, mas ao que parece ainda não se deu conta disso.
Ei, meu bem, acorda. Eu não estou mais aí na sua vida. Eu não estou mais aí pra você.

Jéssica de Paula

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